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Quando o melhor não é o melhor



A opinião do título deste texto é de inúmeros críticos e amantes do futebol. Vini Jr., jogador do Real Madri, concorria à Bola de Ouro, caso tivesse ganho, seria aclamado como o melhor do mundo, mas não ganhou. Começou então a gritaria, os protestos, os desabafos: “Roubalheira! Injustiça! Esse prêmio não tem nenhuma credibilidade!” Para além desses, tem muitos outros protestos que são impublicáveis, dado o volume de palavras baixas e rasteiras.

Obviamente, também tem o outro lado. O lado dos que torciam contra. Ou seja, para estes, o resultado foi exatamente o oposto dos protestos acima: “Foi justo! Ele não merecia! Premiação de respeito, que não se vende!”, enfim, aos perdedores a revolta, aos vitoriosos a satisfação acompanhada daquele gostinho inconfundível de vitória.

Vamos caminhar um pouco mais. Algumas perguntas vão nos ajudar a refletir. Como é possível definir alguém como o melhor do mundo? Que prazer é esse de se iludir achando-se o melhor do mundo? Qual a importância de um prêmio cercado de dúvidas e interesses? Quem, afinal, ganha com um tipo de premiação assim, jogadores, empresários, times, instituições, políticos, quem?

Para cada pergunta acima daria para escrevermos um longo texto como resposta. Comece pelo título complexo: “melhor”. Gosto de futebol, e acho que o nível atual é baixíssimo em termos de arte. Talvez no seu bairro tenham garotos que jogam mais bola que os famosos. É sempre uma ilusão, tipo o cachorro correndo atrás do rabo, quando você pensa que está prestes a ser o melhor, já aparece alguém melhor que você. Sempre, todo dia, em qualquer lugar, invariavelmente existirá alguém melhor.

Vamos avançar um pouco mais. Estamos olhando por enquanto para o milionário mundo do futebol, onde nomes/marcas como Fifa, Real Madri, Barcelona, Copa do Mundo, Craques, povoam o imaginário. Nesta bolha a disputa de egos é enorme. Os caras já são milionários, mas o cobiçado título de ser eleito como “o melhor” os divide, os afasta, revela todo o egoísmo e arrogância contidos nas palavras e ações dos envolvidos, seja do lado que for.

Transfira agora esta realidade essencialmente carnal. Sim, carnal, porque é a carne que se satisfaz com tais títulos, o espírito se preocupa com outras coisas mais elevadas e relevantes para o coração, como declarou Paulo aos Romanos ao falar de suas guerras internas. Transfira esta realidade para os contextos da fé. Alguma chance de dar certo? O Troféu Gerando Salvação que o diga. Ficar brincando de escolher os melhores apenas revela o pior das intenções e motivações de parte de uma geração.

Que prazer esquisito é esse? Por que um povo que já sabe de antemão que seu descanso não é aqui, que precisa negar-se a si mesmo, que precisa carregar uma cruz, que foi chamado para carregar as cargas um dos outros, que foi chamado pra servir, que sabe que tudo de bom que tem e faz é mérito exclusivo da Graça, que a glória pertence única e exclusivamente a Ele, o Cristo, Senhor dos senhores e Rei dos reis, por que este povo  deveria se encantar e se deixar seduzir para ficar perdendo tempo com escolhas que nem deveriam existir?

Infelizmente, a busca do homem em se autoproclamar ser o melhor, apenas reflete seu pior. Mas existe algo de errado em querer o melhor? Em querer melhorar? Lógico que não. Devemos querer ser melhores a cada dia, melhorar a cada dia. Mas não em comparação a outro, apenas em comparação a mim.

Hoje, quero ser melhor que ontem. E para quê? A pergunta é para quem! Quero ser melhor para o meu cônjuge, para os meus filhos, para os meus amados, para o meu próximo. Quero ser melhor para servir mais, com mais eficiência. Nossas melhoras, sejam nas áreas que for, deveriam gradualmente nos diminuir, a fim de que Ele crescesse mais e mais em nós e através de nós, afinal, isso é ser cristão: um pequeno Cristo.

Não gaste suas energias e atenções com prêmios que evaporam no minuto seguinte a sua entrega, que dividem, que separam, que criam classes, que nada agregam para o Reino. Foque sua fé e todas as suas potências para exaltar, adorar e obedecer ao inconfundível e eternamente melhor: o Senhor Jesus. E faça isso tranquilamente, com toda sua alma, entendimento e coração, pois nEle nunca haverá frustração ou decepção.

 

Edmilson Ferreira Mendes é escritor, pastor, teólogo, observador da vida.

* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

Leia o artigo anterior: Jesus, se o Senhor quiser, pode voltar hoje!



FONTE: GUIAME


01/11/2024 – Destak Gospel

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