Um pastor ucraniano-americano está contribuindo para apoiar os esforços dos capelães na linha de frente contra a invasão russa na Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022.
Andrew Moroz, um dos principais líderes da Gospel Community Church em Lynchburg, na Virgínia, está atuando como voluntário na Ucrânia, auxiliando os capelães militares a se recuperarem dos traumas do conflito.
“Eu apareço onde sou necessário e convidado. Venho para ouvir e aprender primeiro”, disse Moroz à Fox News Digital.
“Se eu puder ser exemplo de uma fé que seja curiosa e humilde, além de corajosa – é isso que quero que esses capelães transmitam aos soldados que servem.”
Capelania na Ucrânia
Recentemente, Moroz criou o Corpo de Capelania da Ucrânia, onde os capelães que atuam no conflito estão divididos em dois grupos – soldados alistados e voluntários apoiados por igrejas ou dioceses regionais.
O Serviço de Capelania Militar é uma estrutura completamente nova dentro das Forças Armadas ucranianas, introduzida em 2022 por meio de um ato do parlamento nacional.
Antes de sua criação, o único apoio espiritual oferecido aos soldados eram programas auxiliares administrados de forma independente pelas igrejas.
O pastor Andrew Moroz na Uncrânia. (Foto: Andrew Moroz)
A capacitação de capelães, tanto dentro quanto fora das forças armadas, é desorganizada e carente de padronização. Muitos são obrigados a aprender enquanto trabalham e a desenvolver habilidades pastorais à medida que avançam.
Ministério durante a guerra
A Ucrânia é um país predominantemente cristão, com uma sólida maioria de fiéis da Igreja Ortodoxa Oriental, seguida por uma minoria menor de católicos e, ainda mais reduzida, a presença de protestantes.
Sergii Dadsko, um capelão que iniciou seu trabalho como voluntário em 2014, auxiliando refugiados civis, agora concentra a maior parte de seus esforços no serviço aos soldados.
Ele frequentou um seminário antes da invasão, mas afirma que grande parte de sua formação ocorreu por meio de seu ministério durante a guerra.
Mykhailo Hryhoruk é membro da Olive Branch, uma organização que há anos coordena o apoio religioso em toda a Ucrânia. A Olive Branch deu a Mykhailo oportunidades para realizar cursos e frequentar aulas do seminário em Kiev e Ryvne.
A dupla atua em conjunto, frequentemente coordenando o auxílio aos soldados que retornam do combate para reabastecimento ou devido a ferimentos.
Os capelães auxiliam os soldados a encontrar chuveiros e um local para descansar. Eles prestam serviço a todos os militares, independentemente de suas crenças religiosas ou da ausência delas.
Enquanto desempenham suas funções logísticas de cuidar dos feridos e exaustos, eles também encontram tempo para ler as Escrituras e convidar outras pessoas a se juntarem a eles.
Um trabalho crucial
O trabalho é de extrema importância, diz Moroz, à medida que os ucranianos continuam enfrentando um impacto mental avassalador devido ao grande número de vítimas da guerra.
“No meio do trauma e do conflito, eu pessoalmente encontrei tanto indivíduos que estão descobrindo sua fé e a expressando ativamente, quanto indivíduos que estão enfrentando uma crise de fé”, disse Moroz à Fox News Digital.
“Eu diria que quanto mais essa guerra se prolonga, mais vejo desânimo e endurecimento dos corações. Ouvi um dos voluntários dizer esta semana: o trauma ou te afoga (te endurece) ou te ensina a flutuar (amolece seu coração).”
Moroz, por meio de seu programa Iniciativa de Renovação, é um dos vários líderes religiosos estrangeiros que entram na Ucrânia para apoiar aqueles que prestam assistência aos soldados.
“Acabei de terminar um retiro de três dias em um belo (e pacífico) acampamento nos arredores de Kiev. Tivemos entre 80 e 100 capelães e voluntários civis que têm servido ativamente aos outros nos últimos dois anos (alguns por mais tempo, desde 2014)”, disse Moroz.
“Trouxe comigo quatro especialistas em saúde mental e três outros pastores. Tivemos sessões de autocuidado/autoavaliação focadas no cuidado físico, emocional e espiritual. Fora das sessões, os convidados agendaram consultas com os terapeutas.”
Ele continuou: “Com a ajuda de doadores dos Estados Unidos, conseguimos comprar alimentos gostosos e saudáveis, contratar massagistas e proporcionar uma experiência de sauna. Também houve momentos de oração pela saúde pessoal e pela Ucrânia. Nos disseram que isso é algo desesperadamente necessário na Ucrânia e que não se encontra facilmente.”
A invasão russa à Ucrânia já completou seu segundo ano. Embora seja impossível calcular com precisão os números exatos de baixas militares e civis, estima-se que dezenas de milhares tenham sido afetados em ambos os lados do conflito.