Jesus, porém, disse: — Deixem os pequeninos e não os impeçam de vir a mim, porque dos tais é o Reino dos Céus. – Mateus 19:14 (NAA)
Desde a queda do homem, as crianças têm sido alvos constantes de ataques que buscam desvirtuar suas identidades, afastá-las de suas famílias e, sobretudo, de Deus. O inimigo sabe que, quando direcionadas para o Reino dos Céus, as crianças e os jovens possuem uma força transformadora. João, o apóstolo mais jovem e o último a morrer, escreveu: Jovens, escrevi a vocês porque são fortes, e a palavra de Deus permanece em vocês, e vocês já venceram o Maligno (1 João 2:14b).
Por que as crianças são o principal alvo do mal?
Ao longo da história, as crianças foram vítimas de crueldades inimagináveis: de sacrifícios a deuses pagãos a decretos tirânicos de extermínio. Atualmente, o ataque persiste, com abusos crescentes, doutrinação ideológica nas escolas e tentativas de confundir suas identidades e desmantelar a família. Mas por que o mal ataca as crianças com tamanha ferocidade?
As crianças, por sua inocência e pureza, carregam o potencial de representar o futuro, a continuação do propósito de Deus. Ao destruir a infância, o mal procura interromper esse propósito. O deus pagão Moloque, por exemplo, exigia sacrifícios de crianças através do fogo (Levítico 18:21). O faraó do Egito, ao temer o crescimento dos israelitas, ordenou a morte de todos os meninos hebreus (Êxodo 1:22). Herodes, temendo perder o trono, decretou a matança das crianças de Belém (Mateus 2:16). Esses eventos históricos revelam uma estratégia contínua do mal para destruir aqueles que são portadores do futuro.
Moloque, frequentemente associado a sacrifícios infantis, é descrito como uma figura com corpo humano e cabeça de boi, com braços estendidos para receber as crianças que eram queimadas vivas. Deus sempre condenou essas práticas atrozes, que eram uma perversão da vida e um distanciamento de Sua vontade (Levítico 20:2-5). Da mesma forma, Baal, outro deus pagão, estava envolvido em rituais desumanos e sacrifícios de inocentes (Jeremias 19:5). Quemos, adorado pelos moabitas, também exigia o sacrifício de crianças, como relatado em 2 Reis 3:27.
O Cuidado de Deus com as Crianças
Em contraste com esses rituais pagãos, a Bíblia valoriza e protege as crianças. Elas são vistas como uma bênção de Deus, e a responsabilidade de educá-las nos caminhos do Senhor recai sobre os pais e a comunidade. Em Salmo 127:3, lemos: Os filhos são herança do Senhor, uma recompensa que ele dá. O próprio Jesus destacou a pureza e a importância das crianças no Reino de Deus (Mateus 18:10), e o livro de Provérbios instrui os pais a ensiná-las desde cedo (Provérbios 22:6).
A missão dos pais é preparar as crianças para a vida, educando-as com amor e proteção, garantindo que conheçam a verdade de Deus e o melhor das tradições humanas. Todo adulto deveria ter isso em mente. O Novo Testamento nos mostra como Jesus mostrava as crianças como exemplos de fé genuína e pureza (Mateus 19:14). A responsabilidade dos pais, avós e líderes espirituais é criar um ambiente onde as crianças possam florescer e encontrar sua verdadeira identidade em Cristo, em meio a um mundo cada vez mais confuso.
A Batalha Atual
Nos dias de hoje, o ataque às crianças é mais sutil, mas igualmente devastador. Aumento de abusos, doutrinação ideológica e a imposição de conceitos distorcidos sobre sexualidade e gênero são formas modernas de destruir a inocência das crianças. O que se esconde por trás de discursos de “inclusão” muitas vezes visa a desconstrução da família e da pureza infantil.
Esse ataque não é novo, mas a forma como ele se manifesta mudou. Os militantes progressistas tentam corromper a mente das crianças desde cedo, promovendo confusão sobre identidade e gênero, desviando-as do plano divino para suas vidas. O resultado é uma geração que cresce sem uma compreensão clara de quem são, perdendo o senso de propósito e pertencimento.
O que podemos fazer para protegê-las?
É preciso uma aldeia inteira para educar uma criança. – Provérbio Africano
Proteger as crianças é uma responsabilidade compartilhada por todos nós: pais, avós, tios, tias e toda a comunidade. Precisamos estar vigilantes em relação ao que nossas crianças estão aprendendo nas escolas, consumindo nas mídias e com quem estão interagindo. A educação no lar, baseada em valores como amor, moralidade e fé, é o primeiro e mais importante escudo contra as influências malignas.
– Ensine valores sólidos: A educação moral e espiritual deve ser a base de toda criação. Ensinar discernimento entre o certo e o errado, viver com fé e respeitar o próximo são essenciais para formar uma base sólida.
– Proteja a mente delas: Controle o acesso a conteúdos que possam distorcer os valores e a identidade das crianças. Saiba o que elas estão consumindo na mídia e aprendendo nas escolas.
– Seja exemplo: As crianças aprendem mais pelo exemplo do que pelas palavras. Mostre-lhes como viver uma vida íntegra e amorosa.
– Ore e envolva-as na fé: A oração é uma arma poderosa. Envolva-as na vida espiritual, ensinando-as a confiar em Deus desde cedo e a conhecer Sua Palavra. Leia a Bíblia para elas.
– Esteja presente na educação: Participe ativamente da vida escolar e comunitária das crianças. Seja uma voz contra a doutrinação prejudicial e apoie atividades que reforcem bons valores.
Não abandone as crianças. Não abandone os jovens. Quem ora, corre o risco de ser respondido, é tempo de corrermos esse risco de orar, jejuar e lutar pelas crianças e jovens. A psicóloga Maria Montessori afirmou: A criança é uma promessa e uma esperança para a humanidade. Proteger as crianças é proteger o futuro, garantindo que elas cresçam em ambientes seguros e cheios de amor. Como disse o psiquiatra infantil Bruno Bettelheim: O que fazemos com as crianças, elas farão com a sociedade. Cuidar das crianças hoje é garantir uma sociedade mais justa e temente a Deus amanhã.
O mal continuará tentando destruí-las, mas nós, como servos de Deus, não podemos nos cansar de defendê-las. Elas são preciosas aos olhos de Deus e parte fundamental do Seu plano. Precisamos vigiar, orar e lutar por suas vidas, garantindo que cresçam seguras em suas identidades e firmes na fé. Que neste Dia das Crianças, renovemos nosso compromisso de protegê-las e guiá-las no caminho da verdade e do amor.
Jesus está voltando, e o inimigo sabe que seu fim está próximo. Por isto, é tempo de estarmos alertas e de lutar por nossas crianças com jejum, oração e firmeza de propósito. Elas são o nosso futuro e a nossa esperança!
Fernando Moreira (@prfernandomor) é pastor na Igreja Batista do Povo em Vila Mariana – SP. Bacharel em Ciência da Computação e Teologia. Mestrado em Ciência da Computação, Doutorado em Teologia e MBA em Vendas, Marketing e Geração de Valor. É membro da Academia de Letras, Artes e Cultura do Brasil, associado do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), executivo de tecnologia, mentor de carreiras executivas, conselheiro administrativo, palestrante, conferencista e autor de vários livros.
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