Uma menina de um ano e meio se tornou notícia em Taubaté e no Vale do Paraíba, interior paulista, por sua força e superação ao sobreviver a uma picada de escorpião. Segundo sua família, não é a primeira que a criança vive um milagre.
Após ter sido picada em março por um escorpião, Clara Vitória Costa Silva, a Clarinha, sofreu uma parada cardíaca e seu estado de saúde foi classificado como “muito grave”.
O caso teve início na madrugada de 21 de março, quando Clarinha foi picada em um dos dedos por um escorpião enquanto brincava com a mãe, em sua casa em Pindamonhangaba.
“Nós estávamos brincando. Ela me esperou chegar, porque eu trabalho à noite, e quando ela pegou uma bolinha, veio correndo para mim, chorando, desesperada”, contou a mãe, Ellen Rose Costa, 33 anos.
Após o ataque, que aconteceu por volta das 3h30, começou uma busca desesperada por ajuda. Ellen e Clara brincavam e estavam gravando vídeos para as redes sociais.
“Como trabalho à noite, ela não dorme até eu chegar. E quando chego, é difícil ela pegar no sono. Então, brincamos”, disse a mãe, que é funcionária de uma pizzaria.
‘Conversei com Deus’
Ao testemunhar sua filha chorando e perdendo as forças, Ellen pegou a criança no colo e saiu correndo desesperada pelas ruas do bairro em busca de ajuda, pela madrugada.
“Tinha dois homens que ajudaram carregar minha filha pelo colo”, disse. A caminho do hospital, a menina teria sofrido convulsões e estava desfalecida.
Ellen disse que ficou conversando com Deus para salvar sua filha, enquanto ela lutava pela vida na UTI. E acreditava: “Ele não vai abandonar minha filha.”
Recuperação
Ao dar entrada no pronto-socorro municipal de Pindamonhangaba, Clarinha já apresentava estado grave. Na unidade de saúde, a menina recebeu soro antiescorpiônico. Mas com seu estado de saúde piorando, precisou ser transferida para o Hospital Regional de Taubaté.
Milagrosamente, Clarinha conseguiu se recuperar e deixou a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do HR (Hospital Regional) de Taubaté.
O caso foi acompanhado por milhares de pessoas no Vale do Paraíba, que oraram pela vida de Clarinha. “Conversei muito com Deus”, disse a mãe.
Segundo milagre
Essa foi a segunda vez que Clarinha sobrevive milagrosamente. Desde o nascimento, os médicos duvidavam de sua capacidade de andar. Clara nasceu com a bacia deslocada e o diagnóstico era pessimista: a criança não iria andar.
Com muita fé e obstinação, a família fez rifas e conseguiu o dinheiro necessário para pagar médicos e exames, que foram fundamentais na recuperação do bebê.
“Clara foi diagnosticada que não ia andar. Gente, que desespero. Eu vendia tanta rifa para pagar ortopedistas, exames e, como as pessoas me ajudaram”, contou sua mãe.
“Sou muito grata a Deus e a todas as pessoas que me ajudaram financeiramente e emocionalmente. E olha ela aí, minhas princesas, meus amores. Só gratidão”, disse Ellen.