Há um ano, o pastor Mohan* viu sua igreja e casa serem reduzidas a escombros durante uma série de ataques no estado de Manipur, na Índia.

“Cerca de 700 pessoas atacaram durante a noite, tocando alarmes, estourando postes elétricos e gritando: ‘Vandalizem, queimem e destruam’. Eles cercaram a igreja e começaram a queimar a propriedade”, contou o líder cristão. 

Na época, maio de 2023, uma multidão de fanáticos seguidores da religião sanamahista (uma fé animista tradicional entre o povo meitei) se organizou e atacou todas as igrejas e casas de cristãos na região onde ele morava.

Esse tipo de crime tem sido cada vez mais relatado na Índia, onde fechar, incendiar e demolir locais de culto e instituições públicas cristãs são métodos empregados para impactar e minar a fé de um grande contingente de seguidores de Jesus.

Segundo as estatísticas da Lista Mundial da Perseguição (LMP) de 2024, houve 14.766 ocorrências de ataques contra igrejas e edifícios como escolas, seminários e hospitais, representando um aumento de 600% em relação aos números de 2023 na mesma lista.

Família salva

Durante o ataque, o pastor não estava em casa, porém sua esposa e filhos enfrentaram ameaças e foram obrigados a fugir.

Incapaz de contatar sua família durante o tumulto, o líder cristão só conseguiu reencontrar a esposa e filhos no dia seguinte e os conduziu para a segurança da residência dos sogros.

“Minha esposa, que tentava detê-los, foi ameaçada com facas e revólveres”, testemunhou Mohan.

Assim que voltou ao vilarejo, o pastor ficou chocado com tanta destruição: “Quando voltava para a minha aldeia, vi a minha igreja e casa destruídas. Não consigo parar de chorar, mas me senti aliviado por minha família estar segura.”

O pai do pastor Mohan também foi agredido pelos extremistas. “Meu pai é velho e fraco. Sem mostrar piedade, o atacaram e o ameaçaram para renunciar a Cristo.  Quando ele negou, agarraram o pescoço dele, deram um soco no rosto e o jogaram no chão”, descreveu o líder cristão.

Socorro na hora da angústia

O pastor Mohan permanece na vila enquanto sua família está na cidade. Mas, outras vítimas dos ataques buscam conforto espiritual através de sua orientação:

“Essas pessoas estão me procurando porque sou pastor. Eu perdi tudo e não posso retornar para minha casa. Mesmo assim, mantemos nossa esperança em Jesus”.

O líder cristão e sua família receberam socorro de parceiros da Portas Abertas, que supriram suas necessidades básicas, como alimentação, moradia e reconstrução da igreja.

“Sou grato a Deus por enviar seu povo escolhido para nos servir e nos lembrar de que não estamos sozinhos na batalha da fé. Cristo está conosco e envia sua ajuda mesmo em situações extremas por meio de vocês”, agradeceu.

*Nome fictício por medida de segurança.