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Como o cristão deve votar? Pastores mostram o que deve ser considerado nas urnas


No próximo domingo, dia 2 de outubro, os brasileiros irão às urnas para eleger o presidente da República, os governadores, os senadores e os deputados federais e estaduais.

Em um momento de embates políticos e confrontos ideológicos, a questão que fica para muitos cristãos é: quais princípios devem ser levados em consideração na hora de votar?

Para responder a essa questão, o Guiame procurou pastores que pontuaram diretrizes bíblicas na escolha do voto. Entre eles, estão Luiz Hermínio, JB Carvalho, Lipão, Teo Hayashi, André Valadão e Paulo Borges Jr., que falaram conosco com exclusividade sobre o tema.

“Não devemos ser de direita ou esquerda, mas sim do alto”
— 
Luiz Hermínio


(Foto: Instagram/Luiz Hermínio)

De acordo com o pastor Luiz Hermínio, fundador da Igreja MEVAM, os governantes eleitos serão determinantes para as próximas leis que serão aprovadas no Brasil. Por isso, ele alerta: “Ao tornar um pecado permitido em lei, temos uma iniquidade sendo validada culturalmente, e o pecado passa a ser ético, mas nem por isso é moral.”

“Os princípios éticos são relativos, porém os princípios morais são absolutos e eternos”, o pastor disse ao Guiame. “Deus é moralmente perfeito!”

Hermínio lembra que a base de crenças de todo cristão é pautada nas Escrituras Sagradas, sendo assim, “os princípios a serem considerados referem-se ao conjunto de valores morais judaico-cristãos que regem nossa conduta religiosa.”

“Obviamente, correntes políticas demasiadamente progressistas, com pautas contrárias aos princípios cristãos, não conversam com nossa base de princípios morais. Desta forma, na hora de votar, escolha visões políticas ‘teo-democráticas’, ou seja, Deus governando sobre a humanidade. São mais tradicionalistas e conservadoras, com características protetivas da moral e dos bons costumes que comungam com os mesmos princípios que cremos, vivemos e nos movemos”, destaca.

Para que o cristão possa avaliar os atributos morais, Hermínio aponta os seguintes princípios: “Absolutismo da família, honestidade, trabalho, patriotismo, civismo, liberdade econômica, direito à saúde, educação disciplinar, liberdade de expressão e liberdade religiosa, além de proteger o direito dos vulneráveis como crianças, mulheres, idosos, pobres, viúvas, necessitados e estrangeiros.”

Por fim, ele pontua: “Precisamos proteger as três ordens culturais relevantes para o equilíbrio de um país: a família (que educa), a escola (que ensina) e a Igreja (que fortalece). Nem tudo o que se torna legalmente ético é moralmente legal. Por isso, não deveríamos ser de direita ou de esquerda como posturas polarizadas, e sim do alto, do Pai das luzes, de onde emana toda sabedoria divina para uma sociedade saudável e frutífera.”

“Por isso, a nossa cidadania está nos céus, de onde esperamos ansiosamente o Salvador, o Senhor Jesus Cristo (Fp. 3:20).”

“Não votamos em pessoas, mas nos valores que elas carregam”
— JB Carvalho


(Foto: Instagram/JB Carvalho)

O Bispo JB Carvalho, presidente da igreja Comunidade das Nações, avalia que há uma “polarização incomum na história”, quando se observa as eleições não só no Brasil, mas em todo o mundo. “Na consumação dos séculos, o mal está ficando pior e a luz será ainda mais brilhante”, disse ele ao Guiame.

“Sem querer parecer maniqueísta, temos apenas dois lados: conservadorismo x progressismo. O primeiro, honra o passado e preza pelos valores civilizatórios que nos trouxeram até aqui, construídos sobre o fundamento das gerações anteriores. O segundo quer reinventar o homem, a sociedade, o casamento, a Igreja etc”, avaliou.

Diante disso, Carvalho faz as seguintes perguntas: “Que visão de mundo representa meu candidato? Ele respeita os marcos antigos ou pretende fazer tábula rasa da sociedade?”

O bispo lembra que o Reino de Deus é formado de valores e, por isso, “nós não votamos simplesmente em pessoas, mas nos valores que elas carregam.”

“Temas como aborto, família tradicional, combate à corrupção, livre mercado, liberdade de expressão e liberdade religiosa não são periféricos”, afirma. “Temos que escolher entre os que alimentam o Leviatã e os que defendem os direitos inalienáveis do indivíduo. Temos que escolher entre os que se limitam às suas atribuições como agentes públicos da ordem e os engenheiros sociais que usam da política para controlar, manipular e escravizar o indivíduo.”

Em sua opinião, esta é uma das eleições mais importantes da história do Brasil. “Das nossas escolhas depende o futuro dos que ainda não nasceram”, afirmou JB Carvalho.

“É impossível ser cristão e não votar como um cristão”
— Pastor Lipão


(Foto: Instagram/Igreja Filadélfia)

“A primeira coisa importante a entendermos como cristãos é que nós não temos ídolos”. Este foi o lembrete do pastor Filipe Duque Estrada, mais conhecido como Lipão, da igreja Onda Dura.

“Nós temos um Deus que cremos que restaurará todas as coisas e não há nenhum homem que tenha tamanho domínio, poder, que seja tão bom e justo como o Senhor Jesus, para fazer aquilo que só Ele pode fazer. Então não devemos votar com o coração idólatra”, disse o pastor Lipão ao Guiame.

“Desta forma, devemos sempre escolher o menos pior. E essa, na verdade, é a prática teológica: crendo e sabendo que não há um governante a não ser Jesus para nos governar com plena justiça, escolhemos o menos pior. E o menos pior é aquele que mais converge não com a estética daquilo que queremos, mas com os valores que carregamos”, o pastor acrescentou.

De acordo com Lipão, durante a escolha dos candidatos, é importante avaliar suas pautas morais, mas também a forma como seu plano de governo abrange a sociedade.

“Devemos considerar não só aspectos morais que estão em voga — claro que eles também, como ideologia de gênero, aborto, pautas da família, da liberdade etc, que são coisas importantíssimas para a nossa fé — mas também considerar valores, como por exemplo, a ecologia, a justiça social, o problema da pobreza, da violência e por aí vai”, pontuou. 

Com isso, Lipão aconselha a procurar candidatos que tenham ideias que convergem com a fé cristã. “Sendo assim, votamos no menos pior e naqueles cujas ideias são mais parecidas com as nossas. Não devemos votar com paixões por pessoas, mas atrelados às ideias que essas pessoas defendem e se elas combinam com aquilo que cremos”, disse.

“É impossível ser cristão e não votar como um cristão. E votar como cristão é votar baseado nos valores e princípios de fé que nós carregamos”, destacou.

“Nosso voto é uma extensão da nossa fé”
— Teo Hayashi


(Foto: Instagram/Zion Church)

Para Teófilo Hayashi, pastor da Zion Church e líder do Dunamis Movement, os seguidores de Cristo devem encarar as eleições a partir de uma “cosmovisão bíblica”, ou seja, “enxergar toda a vida através das lentes da Palavra de Deus”.

“A fé cristã não se limita apenas à espiritualidade do cristão, mas deve afetar todas as áreas de nossa vida. Portanto, devemos fazer tudo como se fosse para o Senhor (Cl 3:23), e isso inclui como nos portamos no trabalho, como nos dedicamos na faculdade e, também, como exercemos nossa cidadania ao irmos às urnas”, disse Hayashi ao Guiame.

“Ao escolhermos nossos candidatos, o nosso primeiro critério deveria ser pautado nos princípios bíblicos, como a sacralidade da vida humana no ventre (Sl 139:13-16; Lc 1:15; Jó 31:15), o entendimento de Deus sobre família e identidade (Gn 1:27; Gn 2:24), o direito à propriedade privada (Êx 20:17), a repulsa à desonestidade e à corrupção (Jr 22:13) e vários outros”, pontuou.

Uma vez que estas questões são levadas em consideração, o pastor aconselha a “prosseguimos a analisar a eficiência, o histórico e o plano de governo dos candidatos”. 

“Porém, nunca devemos separar o nosso cristianismo da nossa cidadania, pois a verdade é que o nosso voto é uma extensão da nossa fé”, reforçou.

“Na hora de votar, devemos levar em conta a base lógica da Bíblia”
— André Valadão


(Foto: Instagram/Lagoinha Orlando Church)

Já o pastor da Lagoinha Orlando Church, André Valadão, lembra que os princípios que um cristão deve levar em consideração na hora de votar “são aqueles que cremos na base lógica da Bíblia”.

“Especialmente no que diz respeito a drogas, autodefesa, livre comércio, questões de aborto, liberdade de expressão e liberdade religiosa. Essa é uma realidade que a esquerda quer tirar de qualquer forma da vida de um cristão”, disse ele ao Guiame.

Valadão alerta ainda que o impacto do voto diz respeito não só ao presidente da República, mas também aos deputados estaduais e federais. 

“Quando votamos em deputados com valores cristãos e conservadores, nós defendemos a possibilidade da não entrada de leis como legalização das drogas, aborto ou qualquer outra lei que fira os princípios conservadores. Ouso dizer que o voto para deputado estadual e federal chega a ser quase ou mais importante do que necessariamente apenas o do presidente”, afirmou.

Por fim, Valadão acredita que é importante não desperdiçar os votos e fazer a escolha certa no dia 2 de outubro. “Eu acredito que essa eleição ainda pode ser ganha no primeiro turno”, opinou.

“Não estamos à espera de governantes que contemplem nossos interesses”
— Paulo Borges Jr.


(Foto: Instagram/Nazareno Central do Paulista)

O pastor Paulo Borges Júnior, co-fundador do Ministério Sal da Terra, avalia que o Brasil está vivendo um dos seus momentos mais desafiadores em termos da prática democrática do voto. 

“Para muito além do direito e da responsabilidade do exercício eleitoral, o ambiente em que isso acontece, nesse momento, está carregado de elementos altamente comprometedores. As referências éticas, morais, relacionais e até espirituais estão relativizadas, como se isso fosse possível, sem comprometer o processo em si”, disse o pastor ao Guiame.

“Na minha perspectiva, o que enfrentaremos depois das eleições, qualquer que seja o resultado dela, será ainda mais desafiador do que a eleição em si. Só pelo fato de termos aceitado fazer essas eleições nessas condições. O juízo de mérito nos coloca uns contra os outros. A responsabilidade da justiça nos coloca uns em favor dos outros. Nesse sentido, quando nosso país poderia estar unido em favor da justiça, estamos divididos na defesa do mérito”, acrescentou.

Diante disso, Paulo Borges Jr. considera quatro condições essenciais para que o cristão exerça sua cidadania com sabedoria:

1. Assumir o lugar de referência para a integridade do processo. 

“Ou seja, independentemente do resultado das eleições, como cristãos, continuamos sendo responsáveis pela defesa e prática da justiça. Não somos nós que estamos à espera de governantes que contemplem nossos interesses. Mas, o mundo é que está à espera de que os filhos de Deus resplandeçam. Tendo como exemplo nossos irmãos José no Egito, Daniel na Babilônia e Neemias no Império Persa — instrumentos de Deus na transformação das nações em condições totalmente desfavoráveis no exercício do poder.”

2. Compreender que a eleição define o índice de participação no governo, mas não o direito de controlar. 

“Nesse sentido, ninguém perde uma eleição, pois ela só vai definir o percentual de representatividade do candidato no exercício do governo. Desse modo, ainda que seu índice de participação pareça mínimo, ele é essencial. Qualquer que seja o número de votos de um determinado candidato, ele representa um percentual da população que viu nele o seu representante. Isso quer dizer que, mesmo que ele tenha alcançado 1% dos votos, e não tenha sido eleito para ocupar um determinado cargo, ele continuará sendo o representante daquele percentual de eleitores. O exercício do governo só será efetivamente bem sucedido se ele representar 100% dos anseios daqueles 1% da população que ele ou ela representa.”

3. Considerar candidatos que representem valores do Reino.

“Identificar os candidatos que melhor representam os valores que temos como referência da nossa vocação como cristãos, não aqueles que vão garantir nossos direitos litúrgicos e devocionais. Mas os que vão representar, de forma diligente, os valores que consideramos essenciais para que o Reino de Deus e Sua Justiça seja revelado à comunidade.”

4. Manter o coração limpo de qualquer raiz de amargura contra quem quer seja. 

“Orando pelos que se dizem nossos inimigos e fazendo o bem àqueles que nos perseguem. Afinal, a ninguém mais conhecemos segundo a carne, mas são aqueles por quem Cristo deu a vida. Afinal, nossa luta não é contra carne nem sangue, mas contra formas de pensamento que dominam as mentes. E o Senhor, nos deu toda a autoridade para destruir essas fortalezas, reconciliando as pessoas com Deus.”



Fonte: Guiame


29/09/2022 – Destak Gospel

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