O pastor americano Benny Hinn afirmou que os dois maiores arrependimentos ao longo de seu ministério foram ter promovido profecias que “não eram precisas ou vindas de Deus” e ter apoiado a “teologia da prosperidade”.
“As duas coisas das quais mais me arrependo no ministério: não fui sábio o suficiente várias vezes com relação às profecias”, disse o pastor de 71 anos ao apresentador Stephen Strang, do podcast Strang Report.
“Recebi convidados nos cultos que, acredito, trouxeram prejuízos não só para a vida das pessoas, mas também para minha reputação, porque suas profecias não eram verdadeiramente profecias. Eles ultrapassaram os limites da redenção.”
“E então houve momentos em que pensei que Deus tinha me mostrado algo que, na verdade, Ele não estava mostrando. E eu disse isso em voz alta”, admitiu Hinn. “Mas em 1 Coríntios 13, fica claro que todos nós profetizamos em parte. Isso significa que não vemos a imagem completa. E infelizmente — e eu gostaria de poder voltar e corrigir isso — mas infelizmente, houve algumas profecias que fiz que não eram precisas ou vindas de Deus.”
“E por isso, claro, peço que as pessoas me perdoem”, destacou Hinn. “Sou apenas humano e cometi erros, e provavelmente os cometerei de novo no futuro, porque não sou perfeito.”
O pastor lamentou o fato das pessoas focarem apenas “nas vezes que você falha”, mas também reconhece os acertos de seu ministério.
Teologia da Prosperidade
Ele mencionou que seu outro grande arrependimento no ministério são seus ensinamentos sobre a teologia da prosperidade. Na década de 1980, Benny Hinn foi apontado como um dos mais notórios divulgadores da teologia da prosperidade, que prega que Deus abençoa com saúde e riqueza aqueles que têm uma fé ativa e são fiéis em seus dízimos e ofertas.
“Essa tem sido uma questão muito difícil para mim”, disse ele. “Quando comecei no ministério, era tudo mais simples, então o ministério cresceu… Acho que foi quando meus problemas começaram. Não culpo ninguém, mas infelizmente você acaba em uma situação em que fica difícil saber o que fazer e como sair dela.”
“Então cheguei à conclusão, em 2019, de que não quero mais fazer parte das manipulações disso, e ainda mantenho essa posição. Mas, infelizmente, deixei a pressão me afetar e, por causa dessa pressão, disse e fiz coisas que não deveria ter feito”, reconheceu Hinn.
“Por isso, peço desculpas e peço sinceramente que as pessoas que nos assistem realmente me perdoem. Estou me esforçando com todo o meu coração para ser o mais fiel possível à Bíblia nesse aspecto.”
O pastor continuou: “Por agora, meu foco é o Senhor e somente o Senhor. E se, claro, chegar um momento em que eu precise levantar fundos para o nosso ministério, vou fazer da maneira mais bíblica e equilibrada possível.”
‘Meu foco está na mensagem da Cruz’
Esta não é a primeira vez que Hinn afirmou renunciar publicamente seus ensinamentos anteriores. Em setembro de 2019, ele admitiu que seus ensinamentos sobre prosperidade “saíram do controle” e “prejudicaram muitas pessoas”, e afirmou que os anos restantes de seu ministério iriam se concentrar no evangelismo e no Evangelho puro.
“Quanto tempo ainda me resta na Terra?”, questionou ele naquela ocasião. “Quero garantir que, nos próximos 15 a 20 anos da minha vida, minha mensagem seja a Cruz. Esse é o verdadeiro chamado da minha vida.”
“Quero ser lembrado por isso”, continuou Hinn. “Não quero ser lembrado como o pregador da prosperidade.”
O pastor esclareceu que a prosperidade bíblica está ligada à bênção e o cuidado de Deus sobre o Seu povo. “Jesus deixou muito claro: se Deus cuida dos pássaros do céu e dos lírios do campo, não cuidará de nós? Buscai primeiro o Reino de Deus e Sua justiça, e todas as coisas de que precisamos não apenas virão, mas também serão acrescentadas.”