A Câmara dos Representantes dos EUA aprovou nesta quarta-feira (1) um projeto de lei que amplia a definição de antissemitismo, que é a discriminação contra judeus.
A votação ocorreu após protestos pró-palestinos em universidades em todo o país, devido ao conflito entre Israel e o Hamas.
Os defensores da legislação afirmam que a lei auxiliará no combate ao antissemitismo nas universidades.
O projeto recebeu 320 votos a favor e 91 contrários. Entre eles, 70 democratas e 21 republicanos votaram contra a lei.
A lei estipula que o Departamento de Educação deve usar leis federais antidiscriminação como referência para possíveis punições. Atualmente, o Departamento baseia-se na definição de antissemitismo apresentada pela Aliança Internacional pela Lembrança do Holocausto.
Antijudaicos
O pastor Michael Brown, apresentador do programa de rádio The Line of Fire, diz que os protestos em universidades nos EUA que acontecem desde o dia 18 de abri, “não são simplesmente protestos pró-Palestina e anti-Israel. São protestos pró-Hamas e antijudaicos.”
“Esses estudantes [significando, na Universidade de Columbia], em sua maioria, não necessariamente veem isso como um recomeço do BLM, mas é isso que é, e é isso que forças políticas muito mais poderosas do que os estudantes estão determinadas a transformar”, afirmou.
E continuou: “Essas forças enxergam uma oportunidade que realmente tem muito pouco a ver com Israel ou Gaza. E se tiverem sucesso, haverá muita violência e perturbação este ano que se estende muito além da Columbia e de Morningside Heights.”
Protestos nas universidades
Mais de 1.000 pessoas foram presas em protestos em universidades nos EUA, em 25 campi em pelo menos 21 estados, desde o dia 18 de abril.
Em Nova York, na Universidade de Columbia, estudantes montaram acampamento e posteriormente invadiram o Hamilton Hall. Eles barricaram e trancaram as portas de entrada. A intervenção da polícia resultou na prisão de dezenas de pessoas, obrigando os alunos a deixarem o local.
A ação ocorreu após o Departamento de Polícia de Nova York receber uma carta da Universidade de Columbia autorizando sua entrada no campus, conforme informado por uma fonte policial à CNN.
No geral, estudantes pedem que as universidades cortem relações com empresas ligadas à Israel. As especificidades das exigências de desinvestimento dos manifestantes estudantis variam em âmbito de escola para escola.
A coligação em Columbia quer que a universidade retire US$ 13,6 bilhões de investimento de qualquer empresa ligada a Israel ou de empresas que estejam lucrando com a guerra Israel-Hamas. Os líderes dos protestos mencionaram a venda de ações de grandes empresas em discursos.
Com a intensificação da violência e também o risco de expulsão, parte dos alunos também pede a assistia após o fim dos protestos.